quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um elogio sincero.

“Não dava nada por aquele dia, quanto mais pela noite. Viagem cansativa, estressante, chuva no vidro do carro fazia mais barulho que minhas músicas. Muitos carros, mas sem buzinas, e já estava tarde quando cheguei lá. E então vem o tema da narrativa.
Ela.
Talvez pelo cansaço de ler, ouvir, deduzir e estereotipar uma garota dos desejos em sonhos ou por procurar erradamente em outras garotas mais erradas ainda aquilo que eu vi e aprendi naquela noite.
Limpa. Ela era limpa. E não é só visualmente no físico. Suas palavras fluíam com naturalidade; nem sempre com certezas, mas naturais.Era limpas pela ousadia de se dizer. Isso era também traduzido nos gestos, muito bem acompanhados pelo meu olhar. Gestos clínicos. Certeiros e bem desenhados.
Leves. Eram leves mas intimidadores.
Não me lembro de conhecer mulheres assim. No básico eram o que viam nas outras. Sejam em modas cotidianas, sejam nos palpites de assuntos fúteis.
Não é crítica. Nem elogio. É um fato narrado rigorosamente à risca.
Extremamente linda tanto nos detalhes defeituosos quanto no conjunto harmonioso que tais defeitos geravam.
E não havia vento para fermentar os cabelos, havia chuva que estrondava em meio ao assunto que se alongava pela madrugada afora.
Não havia submissão nela. Era mulher, e sua auto suficiência em demonstrar o quanto gostava de alguém não abrangia qualquer traço de sujeição. Pelo contrário, me fazia odiar, naquele momento qualquer mulher submissa.
Tive uma aula de beleza feminina com ela.
E de novo, não é um elogio.”

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Criticar o que mesmo???

Acho engraçado quando um crítico é rechaçado pela opinião popular. Sendo ou não um pensamento pessoal acredito fielmente que a atitude crítica é a postura mais correta atualmente seja qual for o aspecto implicado. Talvez o cansaço de não saber se o leite faz bem a saúde, já que uma revista citou suas vantagens e um programa dominical disse o contrário. “Glúten tem de ser evitado!!”.
Ou talvez seja o fato de que meu voto “obrigatório democrático” apóia a esquerda do governo que ganhou e age exatamente igual a direta. Ou era esquerda??
Te enchem de dúvidas e enchemos o carrinho de compras. Sugestões?? Sim claro!!
Dúvidas criam o contexto atual e a mídia cria a doença... mas vende a cura.
A incapacidade de se dizer o NÃO força a sociedade a se empanturrar com a gula sugestiva e como conseqüência vem supervalorização de notícias de famosos, a quantidade absurda de sangue nos noticiários, a religiosidade substituindo os valores cristãos.
Pode reparar... sempre tem uma roupa que você compra porque viu a amiga usando, ou a bebida nem é tão gostosa assim .. mas se bebe porque é a moda e todo mundo bebe.
Culturas importadas, hábitos de consumo idênticos.... na boa, ser crítico é uma forma de pensamento e ação em favor do modo de vida atual.
Criticar pra mim é se apoiar em valores verdadeiros, bem mais humanos

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Meu clichê é: “eu te amo”

Falando um pouco de romance ou o que sobrou do significado da palavra atualmente, tenho me sentido um pouco a quem da sensação que um dia já foi boa. Foi boa??
É; digo foi boa por motivos nem um pouco discutíveis e não é só pela velha história de distâncias encurtadas pela força de vontade da net que copula com os photoshops e com a difusão da liberdade do prazer; afinal tudo é possível e seguro com a camisinha certa independente se a pessoa for errada.

Digo que a sensação foi boa porque não era tão forçada e mesmo quando na 7ª série se esperava o professor sair da sala pra tentar um beijo mais quente, o que a cinco anos atrás era digno de prêmio Nobel pros adolescentes e já hoje é coisa de criança ( ou emo como queiram ). Correto dizer que os acessos eram mais restritos até pela educação que se tinha em casa mas ficar com mais de duas garotas na noite era coisa digna do fodão da turma.
Mas ainda assim havia algo de valor na bobagem toda, tinha algo de mais real nas coisas que aconteciam e eram mais espontâneas e experimentais.
Não é criticar os motivos mas questionar os métodos. Dizer “te amo” é mais que clichê de novela mexicana, e beijo acompanhado de umazinha pode ser feito como experimento sem nomes das cobaias. Talvez por isso a decadência na alma das músicas de hoje em dia dando espaço para especiarias sertanejas e faltando com o respeito ao todo poderoso rock and roll. (Cine?? Restart??)
Letras, emoção, romance.. diria que se fizer um novo dicionário teriam outro significado tanto na música quanto no dia a dia. Apontar o dedo pra conexão (1046???) não justifica as atitudes.
Sou mais ser careta onde dizer a verdade é uma forma de camuflagem, afinal ninguém acredita mesmo. Onde o Legião Urbana ainda é atual e os beijos das minas são melhorados pelo momento inoportuno.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sou educado para ser mal educado??

A educação é o equilíbrio entre o excesso de consumo e a satisfação natural do prazer e ao afirmar isso Aristóteles não estava apontando o dedo para as madames-ratas-de-shopping ou os adolescentes maníacos sexuais.




A palavra consumo vem do la.. do la.. do LATIMMM!!!! (saúde) consumere que também foi usada como nome para a tuberculose e significa devorar, extinguir, enfraquecer...
Gripado ou não, é impossível não relacionar o consumo com o status sugerido pela “ilusão” de que as mercadorias definem a posição de um indivíduo em uma sociedade.
Sob as influências das características do capitalismo, a educação atual confunde as reais necessidades cidadãs do consumo com o consumismo. Mais que complexos, estes conjuntos de processos socioculturais forçam o sistema a agir muito além dos lucros: separação de grupos ( pattys, playboyzinhos, favelados, sk8tistas, mendigos...), tecnologias, educação, moda, cultura, política (“...prometo baixar os juros para vocês, meus caros eleitores, para poderem pagar o que devem e comprar mais..)

Fato é que estamos nos aproximando de podermos afirmar que só é cidadão aquele que participar intensamente do mercado consumidor.
Como há sempre dois lados da moeda, este mesmo consumo, quando equilibrado e educado corretamente, é considerado sim um exercício de cidadania.
Exigir produtos de qualidade, procurar formas de distribuição mais homogêneas dos mesmos, a comunicação em si.... tudo isto faz parte do dito cujo.
Sendo assim, com base no texto e na minha ignorância temporária de compreendê-lo, irei ao shopping para sanar minha fome consumidora com um Bic Mac!!!





“...o homem é um animal social por natureza, nasceu para viver em sociedade, e como tal ser educado.” ( Aristóteles )

terça-feira, 12 de julho de 2011

Cidadão Incomum

A minha juventude era acostumada a uma mídia sem sustos com assuntos discretos sem abordagem direta. Mesmo eu sendo negro e sabendo da existência da discriminação ( seja ela por parte do governo com suas bolsas de estudos ou não) nunca sofri na pele a dita cuja.
Pude ver que a identidade cultural era passada de pai pra filho de uma forma natural com e sem base religiosa, era apenas cultura, limpa e crua. Era possível acompanhar o progresso, os pensamentos.
Li um crítico dizendo que o 11 de setembro de 2001 marcou o fim de muitos conceitos e inícios de outros. Um ou dois falavam algo à frente de uma nação como se falassem por todos.
Com a desculpa de um novo mundo, das comunicações de rede, as justificativas são muitas para leis moldando uma cultura agora “errônea” onde homossexuais pedem para serem tratados como iguais fazendo questão de serem totalmente diferentes.
Não vejo metaleros tatuados, emos indecisos, hippies com rastafares chorando no congresso nacional por leis específicas pra eles só porque a maioria da sociedade olha torto. São o que são e convivem assim por escolha pessoal arcando com as conseqüências.
Pedem igualdade mas com tratamento diferente, quanto mais regalias especiais mais a sociedade os verão como diferentes.
A verdade é que são diferentes, mas não sabem conviver com essa diferença. O emo pode ser xingado, o hippie também; mas eles meu amigo, eles não, são intocáveis.



Sou a favor de mudanças, mas só se considera mudanças quando são pra melhor, sejam elas para a maioria ou para minoria, desde que a tal não crie separação na sociedade. O que estão fazendo é criando um outro tipo de cidadão, com feriados próprios aquecendo o mercados antes inexistentes.
O que não rola de agüentar é a choradeira de adeptos no congresso para se tornarem cidadãos alguma coisa, menos comuns.

sábado, 9 de julho de 2011

Alguém sabe o que é PSP??

Não é um partido político mas qualquer um pode se afiliar. PSP significa projeto de sustentabilidade pessoal. Uma idéia vinda dos grandes ambientalistas sobre como salvar o mundo, coisa que parte da mudança de ritmo e hábitos. Afinal, como pensar no planeta se não pensar em você mesmo?
Até então, a poluição que é apontada como a principal causa do mal estar do nosso planeta (pura verdade) e sempre foi combatida com leis e obrigações. Mas ela está ligada muito mais profundamente no nosso modo de vida e de sobrevivência na economia, na agricultura, nas construções e no desenvolvimento que tanto este país procura.
O fato é que as não há, ainda, uma solução concreta para as pessoas que possuem o consumo como maior necessidade. Adam Werbach é um dos seis conselheiros do Greenpeace e trabalha para nada mais nada menos que a Wall

-Mart, uma das três maiores redes de supermercados, considerada também uma das mais poluidoras do mundo.
Adam diz que aceitou a proposta do emprego porque a empresa estava disposta a mudar e para eles, os seus funcionários precisavam mudar também. Precisavam acreditar que em pequenas ações no dia a dia, a mudança do pensamento e atitude se tornaria um hábito. Para de fumar, perder peso, pensar um pouco mais na família.
Isso tudo põe em xeque o modo de vida consumista que até pouco tempo era considerado a fórmula simples da felicidade. Sem estender muito sobre os estudos feito no velho continente sobre este assunto (consumo x felicidade) só quero alertar aqui o fato de que existe a necessidade de mudança e esta se enxerga com mais veemência na juventude. Há boas idéias, mas falta a autoconfiança.
Pode ser, não sei, mas o projeto de sustentabilidade pessoal é muito mais que uma sigla “verde” que te faz pensar. Te faz agir.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Uma mais abstrata.

Esbarrei em um texto que falava de uma combinação interessante de genialidade entre Cervantes, Portinari e Drummond.
O personagem Dom Quixote em foco com as telas de Portinari e a perícia do poeta mineiro na descrição. Não entendendo “merda” nenhuma e não sendo um fã de poesia fui atrás dos aplausos da crítica às obras.
Verbos no passado a parte, li um texto do chileno Antônio Skármeta sobre a metáfora e como o poeta traduz quase que exatamente o abstrato.Eles forçam, literalmente, a você enxergar nos textos, prosas e poesias as sensações. Te obrigam a tê-las através da pura escrita.
Talvez o ramo da publicidade se tenha feito com alguns poetas frustrados, afinal, instigar a vontade através do visual, de sons que a palavra tem requer uma perícia peculiar.
Comparações de lado e sem uma equipe perita para auxiliar, o poeta , o escritor e o pintor com apenas instinto, me ajudou a apreciar algo novo. Revi as obras do trio, bebendo uma coca-cola, claro.


“Não há imagem que não seja casual” ( Antônio Skármenta )

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Você é quem diz ser???

Tudo que diz a teu respeito ou te representa são palavras, não ditas, mas dizem mesmo assim. O que você veste representa o que você pensa. Suas fotos, suas afirmações sobre você e outras pessoas na internet, na rua, em casa, na escola dominical. Inconscientemente você diz o que teu coração possui. E aquilo se torna sua identidade. Daí vem as características da personalidade. Da personalidade vem o caráter. São as ações do indivíduo que determina se seu caráter é bom ou ruim, e as ações provém do que ele diz fazer e ser ou seja a personalidade. Jhon Locke formulou a metáfora da tabula rasa onde todo ser humano nasce igual como uma folha em branco que é preenchida no decorrer da vida. Exemplos disso foi Mao Tse-tung citando a metáfora de Locke para jovens na China no século 20 dizendo que “as personalidades mais novas e mais bonitas podem ser escritas” já a idéia oposta à de Locke é que as pessoas já nascem mais dotadas que outras; afirmação que fundamentou projetos de engenharia social e genocídio como o Holocausto judeu.
“A genética não determina seu comportamento, não restringe a liberdade humana” disse Matt Ridley cientista que publicou um estudo sobre a personalidade e o DNA. Traços de personalidade são idéias, conceitos culturais e a genética pode sim influenciar o funcionamento do corpo que em uma cultura ou em outra resulta em comportamentos diferentes. Cabe á pessoa determinar que tipo de personalidade aquelas influências terá sobre ela. Se você sabe o que as escrituras dizem ao seu respeito, que as promessas de Deus são para todo sempre cabe você acreditar nelas, depois de acreditar dize-las e praticá-las diariamente como um exercício moldando assim o que você diz no dia a dia, ou seja sua personalidade.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

ESTETICAMENTE FEIO

Nunca fomos tão seletivos quanto atualmente. Fica a idéia de que as pessoas de alguma forma se nivelaram esteticamente. A velha frase faz sentido agora quando se diz que agora a feiúra é uma opção pessoal assim como a sexualidade. As barganhas se tornam modinhas da mídia e fica fácil identificar um “estilo” nas avenidas.
Deixou de ser estranho o anormal, e ficou normal se tornar um estranho. Tribos misturadas em festas misturadas e o preconceito se tornou desculpa para o absurdo.
Qualquer coisa que se diga agora é ser preconceituosa; citam a lei, o número, o artigo e o ano achando que assim se justificam. Engraçado.
Você clica ali, diz sim , não, talvez, e suas atrações mútuas ficam a mercê da habilidade do indivíduo no fotoshop onde os olhos acabam acostumado com o improvável.
É preconceito pensar em preconceito, afinal você se veste da forma em que você pensa. Sua imagem é o espelho da sua alma. Hoje a moda muda, e você muda também.
Na velocidade de um clic , pra sua roda social te aceitar é só clicar, sim ou talvez.
Sem características comuns e fáceis de se ver, o papo cabeça é identificado como nerd ( olha o preconceito!! ) e coisas como cultura, música e opinião foi se bajulando ao ponto de se tornarem qualquer caca.
Foda mesmo é que opiniões e conteúdo fotoshop não é capaz de resolver.





(A prova viva, mal usado ele não funciona. )

sexta-feira, 18 de março de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

VERDADE?

Hoje ouvi uma coisa que me incomodou muito. “Juro por Deus... é verdade” , um dizia em uma discussão incômoda de casais. Isto tudo para enfatizar uma verdade. Mas é aí que vem o interessante. Se é uma verdade, porque então da dúvida do outro?
Nossas verdades mudam todo dia, porque os chamados “pontos de vista” mudam todo dia também e além de mudarem de pessoa para pessoa. Então como dizer pra alguém que aquela verdade em que você enfatiza tanto é “a” verdade? Só se sabe o que se passa por dentro de uma pessoa a própria pessoa, alguns diriam talvez compreender um pouco mas não absolutamente o todo.
Santo Agostinho dizia que verdades imutáveis são perfeitas, como as ciências exatas. E se são perfeitas provêem de algo perfeito, logo Deus. E olha só, para dizer uma verdade alguém jura por Ele. Não é uma crítica, mas nós juramos por algo maior que nós por não sermos dignos de confiança.
Deus quando jura, jura por Ele mesmo; afinal Ele é a própria verdade imutável, de onde vem a perfeição que Agostinho disse.
O que tento dizer é que mesmo que seja a sua verdade, mantenha a mente aberta pra perceber, que as outras verdades giram junto com as tuas, mas não em torno de ninguém. E que não é necessário aceita-las como tuas, mas compreender e respeitar pois a perfeição que procuramos, já sabemos de onde vem.


“Não se aprende pelas palavras , que repercutem exteriormente, mas pela verdade, que ensina interiormente.” Santo Agostinho ( 354/430)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dia chuvoso...

“Dessa forma fica fácil!” dizia ele pra mim, na tentativa de explicar como é que se socializa pela rede. “Você só tem que falar o que querem ouvir..” e assim prosseguia durante o dia todo, mais especificamente o domingo.
Mentir é a maneira mais fácil de conseguir alguma coisa válida, e me pergunto se é mentira, então é válida mesmo? Mesmo sendo um domingo chuvoso como aquele dia, dizer um “eu te amo” pela rede pra conseguir um encontro fácil no shopping; claro se o outro domingo não estiver chovendo; é apelativo? O mais bizarro: as garotas do outro lado acreditam! E tudo mais fica “clichezado”, sentimentos sem importância, “só para colocar mais emoção nos fins de semana”. Sem chuva é claro.
Mas aí vêm as perguntas: e se a coisa toda for verdadeira, se vale mesmo a pena investir, ligar pra ouvir a voz, tiver uma ponta de certeza por traz da tela, das máscaras do photoshop?
Ao contrário do que meu amigo diz; eu apenas digo que não se pode afirmar nada, até sua pele entrar em contato com a certeza. Acreditem quando digo, às vezes, vale a pena deixar de mentir com seriedade e prestar mais a atenção nas verdades que se fala brincando.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os 33 da fila.

Em uma fila à procura de emprego, nessas agências que editam seu perfil, mais de uma hora em pé com quinze pessoas exatas na minha frente, um rapaz de baixa estatura; reconhecendo aqui já que também sou assim; entra na fila em minha frente. Ou por não dar a mínima para as outras trinta e três pessoas nas suas costas ou por estar acostumado com filas neste país, provavelmente ele não adivinhou que iria causar certo incômodo.
Enquanto eu apostava na calma do número 33 por ser a única coisa que lembrava Cristo naquele momento, o que se seguiu foram palavras indizíveis e digamos, até interessantes de se expressar, se fossem atores em uma filmagem. Os funcionários continuavam com sua rotina enquanto as cordas vocais dos envolvidos na discussão se esforçavam ao máximo. Um cantava soprano.
Mas não é isso que me chamou a atenção; mas a indiferença das outras pessoas. Como se estivessem acostumadas àquela situação. O estresse, a intolerância, a falta de boa fé, o capitalismo na sua mais crua versão. “Cada um por si, burro foi você de não ter levantado cedo pra vir pra fila.”
Enquanto a discussão se estendia pela manhã, uma senhora na sua meia idade mãe de família comentava com uma garota de 18 anos a tragédia no Rio, sobre a solidariedade, paciência, o trabalho heróico dos voluntários. Ambas na fila e ambas sem o ensino médio completo. “ O povo brasileiro é muito unido e humilde né?” uma questionava.
A vaga que me ofereceram foi de consultor de vendas e disseram que meu perfil ajuda afinal além de comunicativo sou paciente. Brasileiro nato?
O fura fila conseguiu uma vaga de entregador e saiu rindo, tranqüilo. Dos outros 33 não sei, mas a mãe de família perdeu a vaga para a garota de 18 anos e nem se cumprimentaram depois.
Meu Brasil brasileiro, terra de encantos mil e não só de 33.